quinta-feira, 12 de junho de 2008

Transição

Depois de uma noite no busão, passei outra na rodoviária de Floripa. Na terceira fui no albergue, financiado pela maçonaria local. O chefão é um PM reformado, famoso no trecho por sua truculência, prepotência e deshumanidade.

De entrada questionou que eu estava bébado, era usuário de drogas, estrangeiro indesejável. Me deu cobertura essa noite, mas ordenou que eu fosse embora da ilha no dia seguin6e. Repetiu isso para deixar claro. Também me encheu o saco com uma preleção da religião de ele, me recomendando seu Jesus para me salvar. Fui o primeiro que dispensou pra rua, de manhã cedo, depois de um caneco de café.

Amigos me deram cobertura, alguns até pagando um quarto de hotel no continente. Graças a eles não passei fome.

Fiquei na Ilha da Fantasia uns 10 dias, até torrar meu computador. Peguei estrada uma madrugada, rumno ao interior do Estado de São Paulo. Junto a outro mortal que conheci no trecho, alugamos um quarto perto da rodoviária de Ribeirão Preto. Noventa pila cada.

Até chegar nessa cama, muito sobresforço foi realizado. A planta do pé chegou a estar bem alguns dias, mas à tradinha o pé sempre estava inchado e doendo. Peguei tendinite, feia inflamação do talão de aquiles. Foram 3 semanas de repouso forçado. Gastando. A cada saída custava superar a dor, inclusive tomando remédio.

Nada de bom resultou lá no ribeirão preto e, apenas senti melhor e consegui andar de novo, emprendi viagem pra Sampa. Dentro de um estado, idoso não tem isenção. Fiz escala em Poçoes de Caldas-MG, passei 6 horas no frio da noite na rodoviária e cheguei na megacapital tipo meio dia, num engarrafamento docaralho.

Nessa jogada vendi o celular.

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