sábado, 26 de julho de 2008

Comunicação Social

Nestes maravilhosos dias, passados fora de albergue público, aproveito para começar a executar um projeto pessoal que estava elaborando. Todo baseado nas possibilidades de comunicação que a Internet oferece.

É dirigido a pessoas e entidades que participem de projetos sociais / culturais, e não têm acesso à mídia do sistema. Um veículo de comunicação entre as iniciativas, enfatizando a criação de redes.

O usuário da e-rede tem que superar paradoxos antigos. Hoje todo e qualquer cidadão não é somente um 'receptor de informação', mas passa a ser, cada vez mais, um 'produtor de informação'.

Os canais da mídia oficial não oferecem espaço e passam a ser dispensáveis. É opção própria deles. Além de ser absurdamente caras. A e-comunicação tem custo baixo e não é tão dificil de implementar. Ofereço palestras e treinamento para implementar 'elos de comunicação social'.

Um Centro de Comuicação Comunitária é um lugar de convergências, onde se concentram os elos a outras fontes, capaz de coordenar ações pontuais. É o papel de uma rede de comunicação popular, facilitando o fluir da informação. Ajudando a tirar do anonimato tantas iniciativas que estão isoladas.

A fase Beta está sendo construída no ar, aberta a visitação pública sem restrições, sem maior pretenção estética, nem show de tecnologia. Bem basicão mesmo, um rascunho, para começar.

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Sobrevivência

Moradia e alimentação, nas condições oferecidas pelo 'esquema', mal cobre o mínimo dos mínimos das necessidades humanas. Sem uma entrada de dinheiro não há como complementar o que falta.

Ofereceram-me um trampo: vender a revista Ocas. Não é uma opção ruim não; tem gente que se vira bem com isso. Mas essa possibilidade me deu uma outra idéia.

Se é por vender coisa pra ler, eu mesmo tenho muito material próprio. São mais de 15 livros e mais algumas coisas menores, tudo baseado na escrita feita por mim mesmo. Está tudo editado em PDF. Só pensar em colocar tudo em cd pra vender e já fiz. Tem 5 unidades pra vender a R$ 5,00 cada.

A tarefa proposta seria procurar lugares onde possa encontrar meu público alvo: pessoas que gostem de ler e, em esse grupo, leitores que se interessem pela situação ecossocial que a humanidade está enfrentando.

Gostaria encarar com aquilo que é meu, totalmente produto de meu próprio trabalho. Sei e não tenho dúvida nenhuma, que é muito válido o que estou expondo em meus escritos. Mas a vida está sendo um escracho continuo.

Voltando das Férias

É um jeito de dizer, de quem passou duas semanas fora de albergue, morando em moradia humana. Meu amigo professor me pediu para ficar no apartamento durante as férias escolares. Impossível me negar à proposta, com tanta mordomia vinculada.

Só imagina sair desseantro baixo astral e ficar sozinho, dormir no escuro, acordar e fazer café, tem fogão, geladeira, máquina de lavar, televisão e computador ligado na rede. Deu um troco para complementar alimentos em estoque.

O periodo começou numa sexta feira e não consegui avisar à dona assistente social do lugar onde estava albergado. Quando fui dar explicação, ela não quis me receber e mandou recado com o porteiro: 'não em nada para conversar, o senhor está desligado, toda correspondência será devolvida pelo correio'.

Tudo bem, eu sabia que era uma coisa ou a outra. Tinha consciência que ia ser desligado, nas circunstáncias apresentadas. Sabia que ia perder a vaga. É o tal de "regulamento". Saudade do lugar é que não posso ter e nem quero voltar. Agora tem que procurar uma vaga de pernoite contínuo. Está na agenda da segunda feira.

domingo, 6 de julho de 2008

Relações, Contatos e Afins

Nas diversas reuniões que estou participando, dou valor às relações que vão surgindo. Nas mãos do Ouvidor Geral deixei um sintético rascunho da minha situação. Conheci umas senhoras do Grande Conselho Municipal do Idoso.

Esse contato estava na minha agenda. O caso é que o estatuto do Idoso, sob o Título II, Capítulo 10 Do Transporte, Art.39 garante, aos maiores de 65 anos, a gratuidade do transporte urbano e semi-urbano. No § 1º esclarece que "para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade".

Acontece que a SPTrans só aceita o RG. Pelo texto da Lei, não pode exigir somente esse documento aos maiores de 65 anos. Eu posso provar minha idade com outros documentos, mas não querem me dar a carteira que é de meu direito. Será que não aplica o Art.96, que aplica uma pena de reclusão e multa a quem "discriminar idoso por qualquer motivo"?

Então, como fica? Vou ver logo no começo desta semana.

Desafios e Perspectivas DH

Sábado dediquei de 7am até 20h ao semináriop' desafios e Perspectivas dos Direitos Humanos". Conheci Fermino Fechio, Ouvidor Geral da Cidadania, lotado na Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Acho bom ter, aí nesse lugar, alguém que ainda tenha capacidade de se escandalizar perante o que acontece no país.

Para muita gente, aqueles acontecimenots que nos relatou nada mais são que anedotas, partes do dia a dia do cidadão comum. Só que a mídia destaca mais uns casos e outros menos ou nada, seguindo estritos parâmetros econômicos e políticos.

Por exemplo, a qual veículo de comunicação pode interessar o caso daquele senhor que possui duas casa, não pode morar nelas, nem receber aluguel, e tem que se virar em albergue e pedir comida gratuita.

Vejamos: Seu 'x', hoje idoso, construiu duas casas próprias, com seu esforço. Casado, ficou morando em uma. Reconheceu como própria a filha de outro homem. Mais tarde separou da mulher e deixou uma casa para ela. Teve trabalho para tirar os inquilinos da outra, onde foi morar. Quando a 'filha' casou, prestou-lhe a casa até que o casal tivesse em melhor situação. Até deu dinheiro para uma reforma. Isso, há uns 20 anos atras.

Hoje a 'ex' segue morando em uma casa e a filha, separada e com 4 filhos, mora na outra. Juridicamente fica sem chance. Pobre não tem condição de reverter isso. Só resta o albergue público. Exaltou-se um pouco quando desabafou. Vai falar pra ele sobre direitos... de que?

Ou, para o caso dá igual, vai dizer o que para aquele rapaz na cadeira de rodas, bala na coluna, sem nada para fazer, sem nada, nada mesmo, no futuro; escanteado no pátio do albergue, convivendo com tantos outros que, como ele, só sabem que estão vivos e nada mais.

Uma Semana

Segunda feira fiz o que não fiz no domingo. O que fiz na terça não podia nem imaginar que ia aparecer na agenda. A quarta começou na contramão e apenas assisti ao 3 x 1 revertido entre Flu e LDU. Estava torcendo pelo gaúcho e fiz questão de acompanhar até o final. A quinta decorreu prevendo a sexta e o fim de semana. Já na sexta estava nos trilhos outra vez, engatando com um sábado programado com antecedência.

Sexta de manhã compareci à reunião de GTDH. Conseguimos uma redação primária de 7 pontos, como síntese daquilo que discutimos até esse momento. Ficou digitalizado, mas não tenho cópia; poderia ter postado agora. Por isso, comentários empurro mais pra frente, ou pra cima, em se tratando de um blog.

Prisão em Regime Aberto

A semana já começa embaçada. A dona Carmen, assistente social da minha ala de dormitório, implicou com uma declaração de comparecimento dada pela presidenta de uma associação de chilenos. Alegou que devia ser em papel timbrado, com carimbo. Alguém vai levar isso a um ato público?

Não ficou só nisso. A licença para chegar mais tarde hoje é a última. pelo demais, estou proibido de chegar depois das nove da noite e não mias às dez. Disse que é novo regulamento, que fez reunião onde 'todo mundo' foi informado. Só que ninguém sabe disso.

Tentei argumentar sobre meu direito a levar uma vida normal. A resposta foi cortante, fria, dura: "vai procurar outro albergue para morar".

Recapitulando: estou nesta situação pela impossibilidade de tirar documentos. O Estado, como única solução, me enfia num albergue público e suprime minha liberdade pessoal. Posso ficar nisso por anos a fio e, até agora, não achei entidade, organismo, instituição, repartição que possa, ou sequer se interesse, dar uma solução a meu caso.

Não só me impede o direito de ir e vir, mas também perco o direito a lazer e levar uma vida 'normal'. A principal alegação de d. Carmen foi que a reunião de hoje era política e isso ela não pode permitir. Chegar tarde só para quem trabalha.

O caso é que não posso trabalhar. Além da deficiência que me limita a serviços bem específicos, também não tenho documentos. Assim fica difícil. O Estado que, teoricamente, devia ajudar, me enfia numa prisão pestilente em regime semi-aberto, por tempo indeterminado. Deu 'pau mental', então engole uns comprimidos.

A Besta no Plano Nacional

O domingo começou meio conturbado. No albergue tem outro morador que participa do mesmo grupo de Trabalho em Direitos Humanos (GTDH). Antes mesmo de tomar um cafezinho, me encara afirmando que tem coisa por trás da Política nacional do Setor.

Eu costumo não falar antes de beber uns goles de cafeína, mas o cara insistiu em esclarecer: um 'irmão' dele tinha-o esclarecido que, incluído no projeto nosso, estava o número 666, considerava-se a discriminação dos evangélicos e que todos os participantes iam ser mortos.

Foi demais para segurar. Provavelmente teria reagido diferente se tivesse uma dose de cafeína no cérebro, mas não tinha. caracas, fiquei espantado por tanta ignorância e manifestei minha opinião em forma um tanto grossa. Falei que crente é trocha, ignorante, imbecil.

Sustento essa minha opinião, baseado na liberdade de opinião que me é concedida pela lei. Mas poderia ter sido mais diplomático, pois ele também tem o mesmo direito. Essas coisas só reforçam minha opinião sobre o perigo, para toda a humanidade, que oferecem essa seitas do paganaismo cristão.

O assunto é sério, parte importante, fundamental, da crise que atravessa o planeta. O próprio Moisés já alertava contra os adoradores do bezerro de ouro, que não é mais que aquele 'deus' que reparte riqueza e posses materiais para seus servidores, sem a mínima consideração pelo estrago que essa atitude deixa no meio ambiente, nem pela situação à qual ficam expostas as futuras gerações.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Allende na Assembléia

Para poder comparecer ao ato de comemoração dos 100 anos do nascimento de Salvador Allende, tive que pedir licença à assistente social do albergue. Só consegui autorização para chegar uma hora mais tarde, com recomendação de trazer comprovante de comparecimento assinado pela coordenação do evento.

Não é tão ruim assim, para um velho, voltar a se sentir adolescente e muito pelo contrário; mas desse jeito não dá. Além do constrangimento do comprovante.

O assunto fica mais embaçado, pois a gente periga ficar sem janta. Se tiver autorização específica, até podem guardar uma quentinha.

A situação voltará a acontecer na próxima segunda feira, quando quero, me interessa muito, participar de um outro ato político ao que fui convidado. Vou tentar conseguir mais tempo, para não estar obrigado a me retirar mal começou o evento, como no caso Allende.


Pesquisa nacional entre moradores de rua mostram que exatamente 70% preferem morar na rua, desprezando albergues, alegando razões de cerceamento da liberdade pessoal e por não concordar com os horários impostos. Dá pra entender.


quinta-feira, 26 de junho de 2008

O Trecho na Política II

Participei da segunda reunião onde se discute a Política Nacional para a Inclusão Social da População em Situação de Rua.

Em síntesis, repassamos o que foi exposto na primeira reunião e logo formamos grupos de trabalho, para discutir ações estratégicas que possam, o deveriam, ser implementadas.

Divididos em Direitos Humanos, Trabalho e Emprego, Desenvolvimento Urbano/Habitação, Assistência Social, Educação, Segurança Alimentar e Nutricional, Saúde, Cultura, cada grupo agendou sua próxima reunião.

Teria mais afinidade com a Cultura, mas decidi participar do GTDH (Direitos Humanos), que tem mais a ver com minha situação atual.

Primeira observação é que o texto base, proposto por um grupo de trabalho interministerial, em nenhum lugar menciona a situação de residentes estrangeiros. Não somos muitos nas ruas e albergues, mas tem sim estrangeiros residentes em situação legal afetados por este fenômeno. E perigam ficar fora de toda e qualquer consideração.

Arredondando a Pegadinha

Fiquei sabendo, no Poupatempo, que para regularizar meu CPF, além de pagar a taxa obrigatória, sem chance de isenção, tenho que apresentar o RG.

Por outro lado, além de ter que pagar a taxa pelo RG, tenho que ter CPF regularizado. Quero ver o gênio que pode solucionar a charada. Será que Senador consegue?

Seguindo com os itens agendados anteriormente, a Promotoria Pública da União ainda não se manifesta sobre meu pedido de uma declaração que facilite conseguir o Passe Livre da SPTrans e a segunda via da carteira de trabalho. Deveria incluir CPF nisso.

Considero que seria bem mais barato, muito menos oneroso para a Nação, me conceder meus documentos sem cobrar taxa; como também a pensão (Loas) à qual tenho direito desde novembro. passado.

Telecentro do Povo de Rua

Em post anterior mencionei que no albergue há um Telecentro desativado. Agora obtive mais informação sobre este. Há controversia entre funcionários sobre o tempo de desativação, entre mais de dois até uns quatro meses, sem previsão de volver a abrir.

Um funcionário comentou a causa do fechamento: os usuários entravam e circulavam pelo albergue; a porta é externa à portaria, mas tem passagem interna.

Na hora de anotar isto, com caneta em meu caderno de rascunho, as luzes do recinto estavam acesas e vários computadores ligados. A través dos vidros fumê é possível distinguir funcionários do albergue usando as máquinas.

Não quero nem comentar. Fica no mesmo nível daquela funcionária que flagrei saindo com uma sacola contendo uma dúzia de maçãs, daquelas que a gente recebe só uma, na sobremesa bem controlada.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Roda de Viola, sem viola

Uma viola bem afinada toca sinos e trina também. Só tinha um violão, mas era tocado no modo da viola; um som raízes recheado de saudades. Alguns violeros se revezavam, uns cantando, outros acompanhados da voz de algum dos presentas.

Surgiram emoções e longinquas lembranças ao som das cordas e das vozes afinadas. Letras falando, cantando, da vida, da cultura, do povo que foi enxotado de suas terras; dos que foram empurrados às cidades, dos que foram grilados, roubados, enganados, mal pagos, explorados; vítimas da industrialização do campo, das enormes monoculturas que favorecem interesses transnacionais,

Eles estão espalhados por aí, enchendo albergues e asilos, dependendo da esmola pública. O 'Poder Público', omisso, não dá mais que esmola, enquanto implementa campanha que inibe e afasta o cidadão dessa prática.

Mas muito mais é necessário; só esmola não resolve. Se todo esse 'fenômeno' existe, é porque acumulou-se uma imensa dívida social. E essatem que ser paga, pelo menos é o que expressam os Direitos Universais da Pessoa Humana e está explicitado na Constituição Federal.

Criar e implementar o que fôr necessário para estabelecer condições de atendimento adequado às características ecossociais específicasd deste grupo marginalizado e discriminado, isso é uma obrigação do Governo e de toda a sociedade.

Prezada Psiquiatra

Está chegando perto o dia que vai me chamar para o controle mensal agendado. Me adianto um pouco, reconhecendo que fui um tanto relaxado no consumo dos complementos de vitaminas químicas. Puro e simples esquecimento; mas sigo tomando quando lembro.

Já o Daforin dispensei completamente. Se for consumir isso, estava ferrado mesmo. Tu não te interessou pelas causas da depressão. Só confirmou que ela existia e receitou uns comprimidos, mais nada. Tua incompetência profissional está demonstrada aí.

Não é nada pessoal, nem teu nome menciono; mas tua atitude e teus procedimentos com os internos do albergue têm que ser denunciados. Enche o pessoal de comprimidos, deixa eles atordoados, feitos zumbis, perambulando pelo pátio, sem atendimento profissional qualificado.

Como exemplo, só vou referir o caso de uma senhora, 56 anos de idade, com alguns distúrbios mentais de leve. Tem depressão bastante acentuada. O caso é que ela está internada há 8 meses e só uma vez saiu da casa. Um pessoa de fora levou pra uma franquia de igreja crente. Logo ela, que não cai no papo furado do mercado religioso.

Só imagina, 8 meses fechada nesse antro baixo astral, passando o dia esperando a hora das refeições e de dormir. Sem atividade, sem lazer, sem ninguém, sem nada para preencher as horas vagas, sozinha com o próprio sofrimento. Qualquer um pega uma baita duma depressão.

Será que podemos, sincera e honestamente, chamar "responsável" uma profissional, uma instituição, um governo que, como única solução, só oferece um punhado de drogas? A preocupação se limita a que a pessoa não sinta culpa por estar passando por essa situação, e que não tenha intenções de suicídio. E confia em deus que, com seu poder todo, só ele pode te tirar dessa.

Esmola Não Resolve
Tem que Dar o que è de Direito

O Trecho na Política

Estou em situação de viver, então tem que viver. Como não estou em situação de rua somente porque moro em albergue provisório, interessou-me participar de uma reunião, tratando do tema das Políticas Públicas relativas ao povo que sobrevive em condições similares às minhas.

Caiu na minha mão um convite para participar de uma Consulta Pública, na qual ia se discutir e construir propostas para a "Política Nacional para a População em Situação de Rua".

Como introdução, um sintético histórico do Movimento do Povo de Rua. Digo assim genericamente, sem me referir especialmente a entidade nenhuma. Colocando a audiência no momento atual, emendou naturalmente com uma palestra muito esclarecedora sobre "O que é Política Pública?"

Foi lugar e momento certo, com as pessoas certas, para me introduzir na visão política dos sobreviventes com os quais estou convivendo.

Depois do lanchinho, a típica rodada de perguntas e respostas em bloco. Não abri a boca, só aprendendo. A informação repassada foi valiosa. Valeu a pena comparecer.

Conheci o pessoal que publica o periódico "O Trecheiro", mas não conversamos muito. Havia bastante gente reunida, representantes de diversas entidades de base. Achei falta de albergados e moradores de rua propriamente tais.

Só poderia agregar, como primeira impressão, que observo a necessidade de uma reciclagem em todo esse pessoal destacado para atender este segmento social altamente diferenciado; como também uma reestruturação e adequação pontual no ensino e no treinamento do pessoal que deverá ser incorporado, para satisfazer uma demanda que hoje já é insuficiente, deficiente, incompetente, inadequada e ineficiente.

Essa qualificação profissional, tão necessária, tem altos custos que, forçosamente, têm que ser considerados especificamente e incluidos numa regulamentação do setor.

Mais uma pra Coleção

Deus
é o Papai Noel
dos Adultos

terça-feira, 17 de junho de 2008

Salvador Allende

Na próxima 5ª feira 26 de junho, às 19 horas, no auditório Franco Montoro da Assembléia Legislativa de São Paulo, está marcado um ato público que lembrará o centenário do nascimento de Salvador Allende, o presidente de Chile assassinado por pinochet, em sangrento golpe de Estado.


O inimigo dos povos, das nações do planeta, não precisou de tropas de ocupação, como hoje no Oriente Médio. Contaba com um traidor bem pago. Mas vale lembrar que, tal como o atual imperador Buxa-Khan II no Irak, os assassinos chilenos justificaram a intervenção sangrenta alegando que o povo chileno estava sendo armado. Essa mentira ficou clara depois do golpe, pois bem pouca coisa foi encontrada.

Salvador Allende era uma pessoa que acreditava na democracia e nas mudanças revolucionárias, sem emprego da violência física. Eu militava em um movimento que criticava a forma desse "querer fazer", mas apoiamos ele, tanto nas eleições, como posteriormente.

A perda do grande líder marcou uma divisão no tempo político, afetando o desenvolvimento dos movimentos socias em toda a América e também no mundo inteiro. O império do mal fortaleceu suas bases e intensificou a depredação dos recursos e a persecução aos dissidentes. A melhora da economia chilena é ilusória e não pode se sustentar em prazo mais longo.

Sempre achei que o 'companheiro presidente' não estava na trilha certa para alcançar o seu/o nosso sonho. Mas sustento que foi uma personalidade bem mais destacada que o badalado che Guevara. Não me parece estranho que as fotos do argentino circulem livremente, enquanto as idéias de Salvador não ocupem nem uma linha sequer na mídia do sistema.

Vamos comparecer, render homenagem e cantar um dos dois mais belos hinos nacionais das Américas. Aliás, tenho certeza que vamos cantar os dois.

Salve, Salvador!

Reclamação

Tem coisa que não acho certo mesmo e este é o único lugar onde posso me manifestar livremente. Algumas vezes já mencionei, neste blog, a mistura de doentes de todo tipo com pessoas não doentes. Nem mencionei a turma dos cachaceiros pinguços, em ambos os grupos e nem vale a pena, ainda sejam fortes contribuintes ao stress geral.

Acho, e seja por achismo, que não é certo, próprio nem conveniente, para os dois lados, estar juntos compartilhando o mesmo lugar. 'Acho' que nem deveria ser permitiso legalmente. No caso, o lugar conjuga enfermaria, casa de recuperação e tratamento, estacionamento de idosos, deficientes e incapazes, junto a pessoas que tem um perfil mais adequado a um albergue público. A coexistência destes grupos, no mesmo âmbito, é incompatível.

Fala sério, é o maior baixo astral. A finalidade original do lugar está totalmente deturpada. Daquele projeto exemplar, implantado pela Prefeita Marta, restam só os prédios. Tinha até agência bancária. Uma sala ostenta uma grande placa com o nome 'Telecentro', mas não passa disso (da placa).

Os representantes da elite social, atualmente no governo, não têm nenhuma preocupação pelos necessitados. Se jogam algumas migalhas pros miseráveis, não é por considerações humanitárias, mas fazem só para 'baixar os índices de violência'; se proteger da ira popular cuidando de suas próprias mordomias e privilégios injustificáveis.

sábado, 14 de junho de 2008

Alimentação

Logo que entrei no albergue aumentei uns 4 - 5 quilos de peso. Estava com 14 - 15 quilos a menos do que seria normal para mim. Ontem controlei e deu que havia perdido dois quilos, daqueles que tinha ganhado. A fome voltou de leve, nem tanto como antes.

O caso é que trocaram o pessoal que faz e serve o rango. A quantidade de comida diminuiu sensivelmente, está mais regulada. Um par de horas depois de comer a gente sente que não foi bastante. Isso mudou, antes não era assim.

A base da alimentação é arroz branco, que pode servir bastante, encher o prato se quiser. Já do feijão não se recebe muito. Se pedir mais um pouco, recebe caldo ralo. Tudo comida tipo hospital, faltando sal e temperos. A mistura é, geralmente, na base do frango ou algúm tipo de carne barata. Só um pouquinho. Acompanha salada de folha verde, da qula quase sempre consigo porção extra, porque tem muitos que não gostam.

Também tem essa do 'repeteco'. Pode repetir sim, mas só um pouco de arroz e feijão. Para isso tem que voltar à fila, no final. Ontem tinha mais de 60 pessoas e antes, para ser servido, já tinha esperado 45 minutos de pé. A fila anda bem devagar. O pessoal que atende é pouco e está mal organizado. Assim fica difícil.

Promotoria Estadual do Idoso

Me atendeu uma moça atenta e amável. Começou propondo processar meu filho, que deveria legalmente me dar cobertura. Mas, que adianta, se o porralouca anda na farra e na gandaia, mundo afora? Não cuida nem dele mesmo.

Mas ela me deu uma dica que boto fé. Como tenho processo aberto, em Promotoria Federal, requerendo meu RG de extrangeiro e a naturalização, poderia também solicitar uma declaração que isso está realmente tramitando na justiça. Pode servir para tirar o 'passe livre' na Sptrans e, possivelemente, até pra conseguir uma segunda via da Carteira de Trabalho.

É coisa pra ver a próxima semana.

Sem Rumo

À tardinha, no Cibernarium do Largo Paissandú, banhado, roupa limpa, desodorante e dose de cafeina, digitando este sábado, sentado num banco no pátio do albergue, cheio de doentes físicos e mentais, de cegos, toxicômanos e demais.

Queria conhecer um outro labergue, mas o cara que ia acompanhar acordou com dente infecionado. Nem fui tomar café pra evitar briga. Estou nervoso e pensando demais em dar porrada no velho
fdp que ontem humilhou. Só xingar não resolve.

Fico na minha, observando a degradação humana no meu redor. Nem um sequer pra trocar idéia nem falar. A caixa idiota sintonizada na bobo. Tentando fugir do pensamento que esse é meu futuro, anos pra frente. Não é mole, puta que pariu!!!.

Teria que pegar roupa limpa, lá longe, na zona norte. Lavo em casa de um amigo, o único que posso chamar de tal aqui em Sampa. Aproveito tomar banho, relaxar um pouco. Mas não posso ir agora, pra não ficar sem almoço; Alternativa? Sair e ficar na rua até a hora do rango. Só pra não ver tanta miséria humana.

Tem 4 horas vazias na frente. A vida escorrega nem que água ou areia entre os dedos. Com a boca escancarada esperando a moooorte chegar. Ô Raulzito.

Será que é ou não é pra pegar uma despressãozinha? Dar uma olhada em Malkut até pode ser saudável alguma vez, mas não estou enxergando muito a serventia, no momento. Alguém ousa afirmar que a solução disso está no consumo de droga farmacológica? Estava bastante bem nesta semana, mas agorinha me pegou de novo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Humilhação

Foi só mais uma de tantas, mas esta fica aqui pro registro.

O Dénis é 10 anos mais velho que eu. Meio versado em questões jurídicas, senta à mesma mesa onde tomo café de manhã e almoço. Ele estava sem beber alguns dias, por precisar de umas doses de antibiótico.

Hoje engoliu 3 doses da branquinha arretada depois do café e chegou bocudo na mesa, antes do almoço. Xenofobia aguda e discriminação galopante. Mostrou toda a merda que tem na cabeça e descarregou em mim. Pôrra, não dava pra imaginar que o cara fosse tão porco assim.

Humilhou, insultou e ainda incentivou outros para irem acima de mim. Por desgraça não dá pra encarar no tapa; isso só prejudica mais. Tive que levantar da mesa, ir embora e ficar sem almoço.

Estou de saco cheio de tanto engolir merda. Algúm dia vou estourar.

Barata Tonta

Que ando meio esquecido, desde o ano passado, é evidente. Em Floripa já me aconteceu estar falando pelo celular e, de repente, não saber com quem e sobre o que estava falando.

Aqui em Sampa piorou bastante, chegando ao ponto de me encontrar em estação de metrô desconhecida, sem saber nem como cheguei aí. Esqueço para onde estou indo, ou vou pra lugares pensando fazer uma coisa, sendo que aquele lugar é pra fazer outra.

No último sábado à tarde não consegui lembrar o que tinha feito, para onde tinha ido, pela manhã. Lembrei no dia seguinte, ao acordar.

Pode ser cedo pra falar de Alzheimer. Os casos se produzem nos piores momentos de depressão ou de forte dor no pé. Vai saber, mas o caso é que tem hora que ando por aí nem que barata tonta.

Agenda, segue 1

Item 5. Negada autorização para expor em feira de artesanato, na cidade de São Paulo. Única opção é feira na Luz, com taxa de 10 reais por dia.

O funcionário que me atendeu, esclareceu que minha única opção era arriscar por conta e fugir do rapa. Melhor nem comentar.

Item 3. O Fôrum abre o portão às 10:30 para o pessoal não esperar na rua. Atendimento a partir das 14:30. Ainda bem que é perto de 'casa'.

Não deu outra: mais taxas pra pagar. Falei até com Promotor gente fina quem, claro, nada pode fazer. Mas deu ordem à recepcionista para me dar o endereço do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana, na Sé.

Tem que dizer que fui bem atendido, por uma pessoa educada que sabe seu ofício. Mas também não pode resolver coisa alguma. Os direitos da pessoa humana evidentemente não são prioridade para o governo estadual. Fui encaminhado à Promotoria do Idoso. Vou, só pra não deixar de ir.

Não estou me achando muito a vontade nessa peregrinação sem sentido. Só não encaro como perda de tempo total, porque não tenho mais nada pra fazer, por enquanto.

Tambén não acho que recorrer à midia ia resolver, mas é uma idéia que está cada vez mais presente. Na realidade não sou o único a ser prejudicado por um artigo inconstitucional na Lei que regulamenta a concessão de beneficios previdenciários.

Agenda de Atividades Pendentes

Só para me ordenar, saber o que há pra fazer.

1.- Retirar doc de identidade e pedir Certidão e Antecedentes Criminais, no Consulado de Chile, na Paulista. Fico sem almoço.

2.- Ir no Posto de Saúde para tentar trocar idéia com dentista. Fico sem café da manhã e sem almoço.

3.- Ver qual é no Fôrum da Barra Funda. Preciso tirar vários documentos.

4.- Achar alguma entidade que atue na área de direitos humanos, que possa equacionar meu problema de carteira de identidade brasileira.

5.- Ir na sub-prefeitura da Sé, na Tiradentes, e requerir autorização pra vender minhas sacochetes, um fim de semana em alguma feira.

6.- Atualizar o blog.

7.- Fotocópias do texto " A Geração Insustentável". São 112 folhas A4. Tem que conseguir isso com alguém; sei lá quem.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Saudades da Marina

No Ministério do Meio Ambiente sai Marina e entra o Minc. Tentam disfarçar, mas a coisa ficou preta. Sujou de vez. Acabou a (pouca) credibilidade do governo na área ambiental e as próximas gerações vão sofrer por isso.

Não é que Marina tenha conseguido fazer tanto assim - não permitiram - mas ér uma pessoa com idéias claras, militância ambiental e credibilidade internacional. Agora estamos entregues a ratos e tubarões. Escancarou.

O debate ambientalista, puxado pelos 'eco-chatos', gira em torno a como conciliar o crescimento econômico com a proteção ambiental. O sistema constyrói seu discurso, disfarçando a destruição irreversível. Sem ambientalistas nem debate teria.

Sisudos pseudo-ambientalistas afirmam que o Brasil não pode abrir mão de seu potencial agropecuário, nem pode dar o salto econômico que acham que o país precisa.

Mas tampouco pode-se destruir um bioma que, pela sua diversidade biológica e pelo papel que desempenha no equilibrio climático do plamneta, deve ser preservado a todo custo.

Nossa civilização, nossa forma de vida, está constrida sobre a utilização intensiva de matérias não renováveis. Crescimento econômico significa maior uso de recursos, o que produz destruição crescente. Não tem como fugir disso. A solução que precisamos difere muito de capitalismo que estamos forçados a aceitar.

Leitura complementar:
No meu livro "Choque de Meio Ambiente" veja, no capítulo 'Ecologia Profunda', o texto "Brasil, um Tigre sem Selva". Precisa leitor de arq.pdf.
Aliás, recomendo ler o capítulo inteiro.

O Pé

O médico que me salvou de gangrenar o pé em Campinas advertiu. O que ele fez foi só sarar a infecçaõ. O olho de peixe não tinah sido removido totalmente na primeira cirurgia. Havia ainda raízes e teria que operar outra vez depois de sarar.

Isso está cada dia mais evidente, ainda que sofrível por enquanto; mas piorando. O bicho cresce rápido. Pensar numa terceira cirurgia, no mesmo lugar, arrepia. Deve ser parte do alimento da tal depressão. Não tem outra opção: deixa rolar. Segura pião.

Transição

Depois de uma noite no busão, passei outra na rodoviária de Floripa. Na terceira fui no albergue, financiado pela maçonaria local. O chefão é um PM reformado, famoso no trecho por sua truculência, prepotência e deshumanidade.

De entrada questionou que eu estava bébado, era usuário de drogas, estrangeiro indesejável. Me deu cobertura essa noite, mas ordenou que eu fosse embora da ilha no dia seguin6e. Repetiu isso para deixar claro. Também me encheu o saco com uma preleção da religião de ele, me recomendando seu Jesus para me salvar. Fui o primeiro que dispensou pra rua, de manhã cedo, depois de um caneco de café.

Amigos me deram cobertura, alguns até pagando um quarto de hotel no continente. Graças a eles não passei fome.

Fiquei na Ilha da Fantasia uns 10 dias, até torrar meu computador. Peguei estrada uma madrugada, rumno ao interior do Estado de São Paulo. Junto a outro mortal que conheci no trecho, alugamos um quarto perto da rodoviária de Ribeirão Preto. Noventa pila cada.

Até chegar nessa cama, muito sobresforço foi realizado. A planta do pé chegou a estar bem alguns dias, mas à tradinha o pé sempre estava inchado e doendo. Peguei tendinite, feia inflamação do talão de aquiles. Foram 3 semanas de repouso forçado. Gastando. A cada saída custava superar a dor, inclusive tomando remédio.

Nada de bom resultou lá no ribeirão preto e, apenas senti melhor e consegui andar de novo, emprendi viagem pra Sampa. Dentro de um estado, idoso não tem isenção. Fiz escala em Poçoes de Caldas-MG, passei 6 horas no frio da noite na rodoviária e cheguei na megacapital tipo meio dia, num engarrafamento docaralho.

Nessa jogada vendi o celular.

São Paulo

Metrô Tieté - Sé. Descer mancando, com o pesado carrinho da bagagem, em direção ao viaduto do glicério, à igreja da paz, na rua do corpo de bombeiros. Permaneci aí, autorizado 24 h, com café da manhã, almoço e janta.

Foram 12 dias de recuperação pós-cirurgia. Meio conturbado por causa de um servidor imbecil, do qual não aceitei desaforo. O cara sem qualificação para o cargo. Perdeu o emprego logo depois, por causa de tanta reclamação.

Comecei a frequentar o 'Acessa SP' da Sé. Reservei vaga de ônibus pra Floripa. Só queria vender o computador e investir em alguma coisa que garantisse a sobrevivência sem dependência. Pensava numa cidade do interior, onde pudesse deixar passar o tempo necessário para regularizar minha situação.

Campinas

Puxei minha bagagem no carrinho de mão ladeira acima até o albergue público. Cheguei antes de meio dia e às 2 já tinham me levado de kombi pro Hospital Municipal. Segunda de carnaval, com os postos de saúde fechados. Superlotado de gente, a cidade convergendo naquele ponto. A dor insuportável. 3 comprimidos de dipirona 500 em 6 horas não venceram.

Passaram-se mais de duas horas até ser atendido pela triagem. Furaram fila vários casos graves e gravíssimos que, realmente, tinham que ser atendidos na hora. Sem detalhes macabros aqui.

Mas também chegou uma hora, tarde à noite, quando não aguentei mais e, meio alterado, comecei a exigir atendimento. O pé não cabia mais no tênis. Um médico recusou-se a me atender. Não quis entrar numa fria. Explicou a situação pra chefona e à assistente social, na minha frente. Solução? Encaminhado à santa Casa, onde ingressei às 11 da noite. 12 horas após o desembarque na rodoviária.

Sujo e faminto, tomei banho e jantei. Soro na veia, antibiótico cada 4 horas, 'antidor' cada oito, comprimido para 'proteger o estômago'(?). Passei por exame profissional.

Na manhã seguinte, o médico fez um corte na planta do pé e deixou sangrar, sair toda a porcalhada. Fiquei oito dias internado, muito bem atendido, bem alimentado. Fui atendido por assistente social, com consideração e eficiência.

Daí fui cair no albergue, mas só fiquei 3 dias; como doente, em quarto separado. Tinha até banheiro limpo. Mas o rango nem sempre deu pra engolir.

Me pagaram a passagem de ônibus pra São Paulo, com enlace feito, destino Casa do Migrante, na baixada do Glicério.

Olho de Peixe infecionado

Em 19 dias não consegui atenção médica no DF. Nada que resolvesse. Marcaram para sexta feira antes de carnaval, às 13h.

Meio dia estava aí, no Posto 5 de Taguatinga. O dr. Itamar tinha ligado avisando que não ia trabalhar. O comentário da enfermagem: "Chumbado". Alcoólatra conhecido.

Eu tinha uma bola de pus na planta de pé direito. Era muita dor memsmo, com tênis de um número maior e o pé inchado mal cabendo nele. Correndo atrás de documentos. Foi no sacrifício mesmo.

Decidi viajar a Campinas, com razões longas demais para explicar agora. Na semana anterior tinha torrado algumas sacolas e sacochetes. Não tinha vaga para idoso e tive que pagar a metade da passagem. Cheguei segunda de manhã à rodociária de Campinas. Gastei quase todo o dinheiro que tinha.

Brasil 0 x 2 Venezuela

Assisti com mais 20 no começo, uma dúzia começando o segundo. Meia dúzia restante não aturou a prorrogação.

Venezuela fez um grande jogo. Mostrou evidente evolução no jogo da bola no pé. Treinaram previamente com dedicação e tempo, dava para perceber. Estudaram o adversário, representado por um grupo de astros européios. Mas astro não é, necessariamente, sinônimo de craque; e dura bem menos. Astro a mídia cria. Craque se mantém por mérito próprio.

A turma da camiseta cor de vinho tinto tinha sistema tático inteligente. Parecia especialmente armado para aquele jogo. Entraram em campo a cumprir uma tarefa e tiveram competência para realizá-la. Mostraram domínio do drible, sincronizaram interessantes trocas de passes, (quase) sempre bem posicionados, sabiam roubar e ter domíni de bola. Encararam o corpo a corpo e não apelaram pra pancada. Entortaram uma turminha de astros na Europa. Pura competência e dedicação.

Deixaram um recado: "Aqui tu não vais achar mamão com mel, não."

Gostei deles.
Não gostei da derrota.

Detrito Federal

Idoso cadastrado só paga taxa de embarque em ônibus interestadual. Se tiver vaga, mas não tinha. Por isso passe duas noites em Curitba, uma na rodoviária e outra num hotel de 10 reais. Daí encarei até Brasilia com R$ 2,20 no bolso. Ceguei um domingo chuvoso com 15 centavos.

Eu tinah morado por lá, nos tempos de Sarney, do Collor, do Itamar. Conhecia. O que não previ é que acabei afundado no albergue de Taguatinga. Chamo de 'campode concentração'. Passei 4 semanas nele, correndo atrás de esclarecimentos, docs, trámites, burrocracia. Nesse sentido, realmente valeu a pena.

O que atrapalhou a vida é que na segunda semana infeccionou a cirurgia do pé. Só pode ter sido naquele banheiro porco.

Aproveitando o ensejo, acho que todo brasileiro deveria visitar Braslia, para tomar vergonha do estado caótico, sujo, horrivelmente feio que se encontra sua capital, abandonada pelo poder público.

O Olho de Peixe

Ele está comig há muits anos. Nunca, nnguém me esclareceu o que realmente era, nem a forma como podia ser tratado. Sempre cuidei dele com calicidas diversos, mas só omantinha a um nível sofrível; isso quando havia grana.

O ano passado não deu para seguir o tratamento. Durante 4 mses o bicho cresceu e caminhar transformou-se na maior tortura. Até que alguém me esclareceu que era uma cirurgia simples, ambulatorial, que era feita em Posto de Saúde de forma gratuita. Tanta gente que sofre disso e não sabe.

Efetivamente, fu no posto da Lagoa e me agendaram para a quinta feira 13.13.2k7 à tarde. Tem que dizer doeu pacaramba, muito mesmo e sangrou muito também. Tive o fungo na mão, pedaço grandão. As raízes form cauterizadas e a anestesia não tinha chegado tão fundo. Ouvia a queimada e sentia o cheiro e a dor.

A futura doutra fazendo experiência, mal assessorada por um médico meio idoso, enfiou gase no buraco e mandou pra casa. Leve dpirona 500 e mais algumas coisas pra cuidar da ferida.

Caminhei uns 300 m até o ponto de ônibus e mais 250 m de trilha morro acima até casa. No dia seguinte descobri que estava sem alimentos. Fiquei sem comer. No sábado fui no centro procurar algo para me alimentar. Domingo fui expor na feira da Lagoa, pois tinha acabado a grana.

Não dá pra fazer repouso com tanta fome. Tem que crrer atrás. O fim de semana seguinte ainda sentia muita dor. Aí foi que um imbecil shamã de araque, elite dos 171 de Floripa onde nã falta dessa espécie), me deu um chute bem na cirurgia. Eu sentado com a perna esticada, não aguentando a dor, e o cara chega e chuta para se dvertir comigo. Levou uma cabeçada e voôu uns 3 metros, mas não consegui quebrar seu narz nem enfiar os óculos nos olhos. Fiquei devendo.

Aí perdi de expor sacolas e sacochetes nas feiras de natal e ano novo. Um amigo me presenteou um par de tênis e outro deu uma grana, que usei para chegar em Brasília - DF.

terça-feira, 10 de junho de 2008

No Consulado Argentino

Foi mesmo o que previ, mas consegui isenção da taxa pela certidão de antecedentes criminais. Pode chegar em até 3 meses ou até antes um pouco, no decorrer de agosto. Preciso para anexar ao pedido de naturalização.

Deixei 108 impressões digitais e 4 fotos meio perfil direito, que o consulado pagou. Além de preencher alguns formulários.

Agora é só esperar. Na sequência pretendo ir pro Fôrum, tentar encaminhar docs brasileiros. Com isenção de taxa é claro. Pela letra da Lei sou pobre mesmo e assino embaixo.

Depressão

Encarar a depressão com comprimidos me parece o maior besteirol. Se quiser encarar na base da muleta psicológica, tem coisa bem melhor na natureza.

Por outro lado, conseguindo meus docs todos e a pensão que tenho direito, a deprê desaparece rapidinho. Seriam abafadas, superadas facilmente, a pressão da lembrança do assassino pinochet e minha família que sempre esteve desse lado; como também a dor de ter criado um filho que não presta para merda nenhuma.

O pior é ficar na dependência, impotente na indigência. Acho, seriamente, que deveria ter direito a possuir um documento de identidade do páis onde tenho residência legal, independentemente se tenho ou não dinheiro para pagar a taxa exigida.


Da Minha Safrinha


A Pior e Mais Perigosa Doença
Que está Destruìndo o Planeta
Chama-se Alienação

Efeitos Colaterais

Como resultado da visita à Ama, passei à categoria 24 horas. Quer dizer que não preciso mais sair e ficar o dia na rua. Também posso almorçar aqui. Tenho certa liberdade para sair e entrar. Melhorou um grau.

A assistente social ligou pra Polícia Federal e entendeu que não há como se livrar da taxa de R$ 305,xx para se obter a segunda via do documento de identidade. Ela acha que o Consulado Argentino deveria pagar o valor. Falou com alguém lá e me deu um encaminhamento.

Vou ter que ir, perder almoço, mas não vejo como e por que o consulado is pagar a taxa para um documento estrangeiro. A esperança morre quando a objetividade toma conta. Aí não alcança o pensamento positivo.

Tudo bem, nasci por lá, na capital, mas nem o hino nacional sei nem reconheço; nunca cantei a marcha dedicada a Perón; morei lá nem 4% da minha vida; meus direitos de cidadão não vão além de um documento de identidade ou um passaporte. Argentino Eu?... só pra algumas leis de validade internacional e pra mais nada.

Argentino residente no país de lá, indigente e morador de rua, cinco anos mais velho que eu, pode ter direito a 120 dólares por mês. Eu nem apareço no cadastro previdenciário. Não ter direito nenhum no país de nascença é não ter pátria mesmo. Pelo menos não aquela.

Mas vale uma visita ao consulado. Tempo sobra e de repente cato matéria para mais um post.


Os Dentes

Quando cheguei em Floripa, em maio do ano passado, uma simpática dentista de Posto de Saúde da Lagoa, me encaminhou à Ufsc para me fazerem uma dentadura.

Consegui atendimento em junho e no mês seguinte extraíram vários dentes, toda semana. Era para colocar a dentadura em agosto. Mandaram voltar em setembro e então em outubro, quando disseram que estavam me colocando numa lista, compridona, que iam entregar a fim de ano, para ver se iriam ter vaga no ano seguinte (2k8). Só que não moro mais por lá.

Me deixaram banguela à toa e nem uma limpeza fizeram nos poucos dentes restantes. Um canino já quebrou, porque não mais encaixaba bem. Faz mal à saúde.

Aqui pretendo dar uma checada no sistema público de saúde. Já sei que, para falar com uma dentista do posto de saúde, perco o café de manhã e o almoço, se quiser ser atendido.

Mais sobre Dentes

Tanto quanto filmes, discos ou livros, os games são produtos culturais, independentemente de sua qualidade ou de seu conteúdo. O mesmo valeria para os jogos eletrônicos.


A justiça brasileira retiruou de circulação alguns games extremamente violentos. Os lobbistas das indústrias alegam que isso seria censura, ferindo o princípio de liberdade de expressão.


Segundo definição de ‘experts’ no assunto, cultura é tudo o que o ser humano faz o produz.

Eu me pergunto:

“È necessário incluir a merda nisso?”


Pelo menos visto desde uma perspectiva de análise daquilo que está sendo vendido, para o povo, como ‘espontânea’ expressão cultural brasileira. O que inressa é o dinheiro, o resto é lero lero.


terça-feira, 3 de junho de 2008

Um dia na BaseLar

Nesta segunda a assistente me autorizou ficar o dia 'em casa'. Depois das 14h me mandam pra Ama, ou Posto de Saúde, para tirar laudo médico dos joelhos e tratar da depressão. Legal, acharia bom poder sair quando necessário e ficar quando não precisar ir a lugar nenhum.

Descobri que teria que ficar no pátio, no frio, sem poder entrar no dormitório. A caixa idiota ligada no programa da dona do loro. Umas 50 pessoas espalhadas por aí, todas doentes. Está bastante frio.

Bom é que tenho roupa de inverno. Ruim é que fudeu o ziper da claça recem lavada. Só tenho mais uma; jeans branco. Ainda tenho que agradecer o apóio logístico de um amigo. Posso lavar roupa e tomar banho no apartamento dele, nos fins de semana. Valeu, camarada!

Domingo no trecho

Tentando focar em textos para o blog. Têm dois prontos, mas quero mais. Tem coisa que não escrevi e nem lembro do quê que era. Pode ser isto mesmo que escrevo agora, pra ganhar tempo na digitada quando postar. Histórias e anedotas têm até demais. Nem tempo pra tanta coisa.

O que dá é saudade de máquina fotográfica. Agora mesmo. Já vi antes aquela idosa, hoje bem agasalhada, cochilando na cadeira de plástico do terminal de ônibus urbano e interestadual, de trêm, metrô e taxi; com duas bolsas grands, semitransparentes, de plástico ao lado dela, contendo várias bolsas menores com seus pertences.

Ou filmar un vídeo digno do u2b, com aquele rapaz no albergue que mexe braços, pernas e cabeça de forma convulsiva e totalmente randômica. Não dá pra prever o próximo movimento e a sequência é rápida e constante.

Mas consegue caminhar e dá espetáculo de manhã, quando consome seu pão e leite com café. Não perde uma migalha, nem derrama um pingo sequer.

Desculpem, é realmente muito divertido, mas um vídeo fere o direito do ser humano de não ser exposto a gozação.

Obs! Descubri agora: foi overdose de cocaina.

Ver: "Declaração dos Direitos de Animal Humano", no link Edições Universo Separado.

Cena no Viaduto

Marquei encontro com um colega na estação Marechal Hermes. Daí decidi voltar caminhando pro 'lar'. Cronometrei e é por isso que lembro ter chegado no viaduto às 20:35.

Começando a descida, pela passarela de pedestres, tinha um casal discutindo. Chegando perto ouvi ele falar algo assim como: 'nem pensa que vai voltar à favela não'. Ele tranquilão; ela tensa, mordida, raivosa.


Não tinha como desviar. Passando junto à mureta, coisa de meio metro dela, sinto mais que vejo, ela puxando uma faca. Mas não era comigo. Olhei de relance, ele frio e meio chumbado; e segui meu caminho de fininho. Alertei dois caras que crzei mais embaixo.

No dia seguinte comentei com um colega que almoça junto. Ele tinha passado mais tarde pelo mesmo lugar. Contou que tinha policia enquadrando uma mulher.

Roupa de Cama

Lençol, fronha e toalha são trocados semanalmente. Pelo menos é a informação repassada. De fato já passaram 4 semanas e ainda estou com o mesmo cbertor, lençol e fronha do primeiro dia. Sendo que já haviam sido usadas por alguém antes de mim.

A toalha trocaram anteontem. A gente recebe um kit quando ingressa, incluíndo creme e escova dental, sabão de lavar, sabnete e barbeador. Às perguntas feitas sobre demora na troca, tem resposta padrão: "Reclama coma assistente." Pura gozação.

O que gosto mesmo, no sério, é do sabão de côco. Dão uns pedacinhos, cubunhos, quando a gente pede. Serve bem de xampú e é melhor que muto sabonete.

Banheiros no "Lar"

Só entrar pra mijar já bate o nojo. Qualquer estrangeiro pode dizer: brasileiro não puxa descarga. È das primeiras coisas que a gente repara quando chega por aqui.

Vai ver então como fica, com esse monte de gente. Caga um, caga outro, mais um e mais outro. e logo reclamam que o banheiro está entupido. È claro que têm vários onde a descarga não funciona, mas aquele estava bom.]]Acho que não pode estranhar, num país onde a maioria da população hoje adulta não conheceu saneamento básico civilizado.

Dos 18 banheiros em meu setor, têm vários sem água quente, outros sem chuveiro mesmo, algumas descargas com defeito. Vai puxar e vaza a meleca no piso, ou nem água desce. As janelas são buracos e a temperatura dentro é a mesma de fora. Trecheiro que é recolhido da rua e chega tarde à noite é obrigado a tomar banho. Dias atrás o termómetro marcava 9°.

Da sujeira enta é melhor nem falar. Não é que não sejam limpados. Estão fazendo isso agora mesmo, só que uma vez por dia não vence.

Prefiro usar os banheiros do Metrô Barra Funda e da Sé, bem mais limpos e cuidados.


Violência Social Light

A gente levanta de manhã, pula do beliche pra primeira mijada do dia. No caminho pro banheiro tem um cara obstruindo a passagem. A gente pede 'com licença, por favor'. O cara se vira e espeta: "vai tomar no cú, seu filho da puta". Nunca vi, nem conehço.

Pego meu prato de comida na hora da janta. Sento à mesa e começo a comer. Duas mesas pro lado um cara dá um espirro tipo vômito. Uns pingos batem na minha cara. Abro os braços olhando pra ele. O cara levanta com intenção de me agredir, alegando que espirrou pro chão.

O "Metrô News" é leitura maioritária dos trecheiros. Sentado à mesa, no refeitório, peço prestado do vizinho, que já leu. Resposta: "vai tomar no cú, pega o teu", acompanhado de atitude ameaçadora, como se tivesse ofendido ele. Levantou com intenção de dar porrada.

O cara do beliche, na cama embaixo da minha, cada vez que viro exclama: "vai morrer" às vezes acompanhadas da tradicional expressão 'filho da puta'. Uma madrugada deu um berro: "Seu cobertor está pindurado, vou te matar", e deu um puxão na ponta que quase me jogou no chão. O coitado mal anda de muletas, sem assistência psicológica adequada.

È por aí. Tem anedota pra encher um blog.

domingo, 1 de junho de 2008

Sacochetes Eco-Amigáveis

A moda passou e não pegou muito. Seguem em uso as danadas sacolas de plástico. Meu negócio de sacolas reutilizáveis foi pro beleleu. Sobraram algumas sacochetes que estou tentando vender.

Sacochete? É uma sacola que vira pochete, ou uma pochete que vira sacola. Feita de algodão ‘pano americano’, com o dizer “Eco-Amigável” serigrafado.

Queres colaborar? Mandamail pra:

e-ernestox@hotmail.com
Se vens pegar é R$ 10. Entrega a domicílio custa R$ 15.

As fotos são das primeiras feitas, sem impressão. As atuais não tem semente de garapuvá no feche; não tenho como furá-las.

Oferta limitada. Só tenho 10 unidades (não é mktg fulero).

sábado, 31 de maio de 2008

Sem Documentos

O cerne da questão é que perdi meu RG a fins do século passado. Me virava com a Carteira de Trabalho e o BO da perda.

Uma segunda via de RG de estrangeiro custa hoje R$ 305,xx (mais fotos) e não recebe de graça, pois é expedido pela Polícia Federal. Demora 3 a 12 meses pra chegar, e até mais em casos que conheci. Não posso nem sonhar em ter tanta grana assim.

A carteira de Trabalho está estraçalhada e não posso pegar segunda via sem o RG, como também não consigo carteira de ônibus, aqui em Sampa.

O CPF está irregular, mas nem pra acertar isso sobra um troco.

Fui nos Direitos Humanos da OAB, pra ver qual é, se tiver direito a alguma coisa. Me mandaram pro Ministério Público, que abriu processo, incluíndo o pedido do RG junto ao pedido de naturalização. Também abriram outro, pedindo uma pensão (Loas) à qual tenho direito. A Lei me obriga naturalizar, apesar que alguns juizes considerarem inconstitucional. (Artigo 5º e tal).

À pergunta sobre demora, foram muito relutantes antes de afirmar que tudo isso ia demorar mais de dois anos. Daí, o 'poder público municipal' me enfiou num albergue e mandou esperar.

Poderia ir pro Chile, onde o Consulado afirma que teria direito a uma pensão, por meus problemas físicos. Mas só se voltar, e se oferecem a me mandar 'repatriado', o que implica em algumas restrições à liberdade. Ninguém esclarece quanto seria o que poderia receber. Só sei que demora "alguns meses" (esperando em algúm asilo), e que perderia o benefício se sair do país. Além de que iria sofrer com uma estúpida e deshumana discriminação, pela população em geral, que chega a ser violenta com 'os que voltaram'.

Falando sério, tenho até medo de voltar. Tem cão solto por lá que não esquece. Tem também o assunto climático. A temperatura máxima no inverno de Santiago é menor que a mínima em Sampa. Periga não passar de agosto.

Lembro o "Catch 22" de um antigo filme de paródia da guerra do Vietnam.

Protesto de Trecheiros

No lugar onde almoço fomos todos convidados (várias vezes nesta semana) a participar de um protesto de trecheiros, contra o descaso das autoridades, denunciando discriminações, leis nçao aplicadas, faltas de respeito contra idosos, deficientes, doentes, mulheres, e por aí.

Eu não fui, protestando com minha ausência, considerando que os mesmos que estavam convidando tratam a gente de forma grossas, maleducada, desrespeituosa, prepotente, discriminatória. Não é fácil achar funcionários educados, treinados e capacitados para realizar a função exercida.

Tem muito ignorante incompetente, que nunca deveria ter sido escalado para trabalhar nesses lugares.

Sampa têm Doidos Demais

Nunca na minha vida vi tanto doido varrido como nestes quase dois mese aqui na cidade. Acho que pailista nem repara, mas é muito doido demais.

Bom, é claro que estou num âmbito onde se acumula a escória da sociedade, o pior do 'lumpen social. Mas não é só aí, mas em qualquer canto da cidade. Marginalizados, desassistidos, maltratados, milhares de homens e mulheres levam o fardo da vida por ruas e avenidas, povoam praças e parques públicos, esperando mais um dia passar, com zero chance de melhora.

repudiados pelo cidadão 'de bem', deshumanizados pelo Poder Públic, dramas pessoais incríveis, inimagináveis por quem não compartilha as situações desse universo, desfilam a todo momento frente a olhos que se recusam a ver.

Aí se encontram as irmâs injustiça e violência, e suas sequelas doentias. Promessas de vida eterna são piadas do capeta.

Nova Oferta de Ocupação

Até agora a melhor oferta (melhor por ser única) de ocupação remunerada, é montar uma fabriqueta de gravação de cds e dvds piratas. Inclui lugar pra morar. Meu papel seria assessorar a compra do equipamento e tomar conta da produção. Deixando claro que nada tenho contra a circulação de mídia a baixo custo para que não tem condição, mas não tenho cacife pra encarar uma dessas.

O Trampo

Quando consegui uma ocupação remunerada achei ótimo. Todos sabem a dificuldade de um idoso para achar trabalho.

Acontece que a situação pela que estou passando tem me derrubado. Mal aguentei duas semanas, só para chegar à triste conclusão que não tenho condição psicológica para ficar 9 horas por dia frente a um computador, realizando pesquisa por telefone.

Passar o dia ligando pro México pelo Skype. Ganhar R$ 8 por pesquisa feita e recebia R$ 15 adiantados para meus gastos. Não estava tão mal e dava para segurar um troco.

Só que tinha hora que dava branco. Nem lembrava o que estava fazendo. Estou muito abalado pela situação e um par de assuntos pessoais que irei revelando. Faz meses que choro em qualquer lugar, rua, metrô, sem poder segurar mesmo. É muito duro e vergonhoso. Não posso controlar. Assim não dá pra trampar em coisa nenhuma.

O caso que piora ainda mais, é que dona Antônia, chefona da DR&M Associados (rua Monte Alegre, 212 10 andar - Edif. West Side - tlf. 3670 2778) mandou recado que não ia pagar, nem dar um tostão de adiantamento, até o dia 10 de agosto, se não for feriado. Ou seja, daqui a Dois Mese e Meio!

Acho sacanagem mesmo, pouca vergonha, falta de humanidade, desconsideração com um idoso deficiente e doente. Gente ruim, filhos do capeta, não faltam, sobram neste planeta. Ainda periga não receber. Empresa fulera como essa é capaz de qualquer coisa. Nem tem como recorrer à dona "Justiça".

Agenda de um Trecheiro

De manhã a gente começa a acordar tipo 5am, quando os primeiros albergados começam a levantar. O dormitório é um galpão com 3 ambientes, de 40 beliches cada. Nem precisa mencionar que poucos respeitam o descanso dos outros.

Minutos antes das 6 a lu\z é ligada e a bagunça aumenta. Não preciso levantar antes das 7:15. Nem pego o café da manhã, de um 'pão de nuvem' e um copinho de leite com café. Tomei durante uma semana e me fez muito mal.

Tem que chegar antes das 8 a outro lugar. Atravesso um viduto e caminho mais uns 300 metros. Pelo menos a Assistente Social daí me autorizou tomar café sem leite, mas tem que ficar no fim da fila (umas 200 ou mais pessoas) pra pegar um pedaço de pão decente e um caneco de café frio.

Aí o relógio já marca perto das nove, mais tem que ficar por perto, pois pra pegar um rango tem que cuidar lugar desde antes das 11. A partir de meio dia a gente fica 'livre', na rua. quem quiser pega sopa às 4pm.

Nesse horário pode voltar ao albergue. A comida é servida à tardinha, começando por algumas mulheres, seguindo com doentes, cadeirantes, muleteiros, até chegar ao grosso da tropa. Depois de meia hora, ou até mais, de fila, pode pegar um goró tipo sopa ou um prato de arroz, feijão e algúm tipo de carne. Salada, fruta e um copo de suco químico nem sempre alcança para todos.

Tem tv (sempre a 'bobo'), pode ir deitar na cama, ou ficar por aí, no pátio, à toa.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Vô no Trecho

Este blog está sendo produzido nos 'Acessa SP' da Sé e da Barra Funda, e também no Telecentro Olido Cibernarium.

O velho aqui está morando em albergue público e comendo em lugares onde não precisa pagar por um prato de comida. O dia é passado na rua, sem ter onde parar.

Quem ousar afirmar que a vida está fácil, está mentindo, em qualquer nível que se encontrar. Para um velho então, sem conseguir tirar documentos, sem ingresso nenhum, deficiente sem condições de trabalhar, imagina só.

Coisa tão normal e corriqueira como abandono de idoso pela pessoa legalmente responsável, existe às pampas; acha aos montes, então é coisa normal. Só que a gente não estava preparado pra isso.

Estou derrubado, trifudido, mas tento conservar uma certa estabilidade mental; o que apenas estou conseguindo. O blog vai seguir nestas condições. O que resultar, não sei...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Estilo de Vida

No blog do O Escriba achei uma matéria que não posso deixar de Linkar Aqui, pois reflete opiniões pessoais deste Vô.

Estou trabalhando no meu próximo livro: "A Geração Insustentável" que, justamente, lida com essas questões (e mais algumas relacionadas).

Para curiosos da minha produção literária, acessa Edições Universo Separado, na coluna ao lado.

Lembrando Albert Einstein

"A palavra 'deus' para mim nada mais é que expressão e produto das fraquezas humanas. A bíblia é uma coleção de lendas veneráveis, mas primitivas e infantis".

mais uma, agora do John Lennon:

"Deus é um conceito que mede o tamanho de tua dor"

Diz Geoffrey Sachs, economista:

"A sociedade global tem três desafios para o século XXI, que comprometem a sobrevivência da humanidade no planeta: eliminar a pobreza extrema, conter o crescimento populacional e trabalhar bem com o meio ambiente".
Mencionado por André Petry, revista Veja, 21.5.2k8

Esse é o verdadeiro desafio da 'economia verde' e nehuma das propostas pró-capitalistas tem capacidade, nem intenção, de lidar seriamente com esses pontos básicos.

A Geração Insustentável

A igreja cristã, com suas múltiplas seitas, bola e rebola dividindo seu apóio ao capitalismo de mercado, se aliando com marxistas cepitalistas de estado e dando base aos fascistas.

essas quatro expressões da criminalidade global não são essencialmente antagônicas entre si. Representam a maior ameaça ao planeta e a toda manifestação de vida que ainda consegue se manter.

Hoje não é só o futuro que está ameaçado; o presente mostra forte deteriorização e a geração que agora está nascendo e crescendo não tem como se sustentar. Não se trata mais de "gerações perdidas", mas da humanidade inteira estar avanzando ao ponto onde não tem mais retorno possível.

sábado, 24 de maio de 2008

OBS! CUIDADO!

Que a internet está cheia de lixo (parece a vida real) não é novidade. Tem abestado pretendendo nós acreditar que fascismo e nazismo não fazem parte, e que são alternativas para o capitalismo.

O movimento punk, subsidiado por grandes gravadoras, é usado para desviar a atenção dos joven de objetivos válidos e coerentes.

A disputa entre neo- marxistas, neo-capitalistas e neo-nazifascistas, apenas é uma luta por poder e mercado entre grupos que tem como objetivo a dominação planetária em próprio proveito.

As diferentes aparências do capitalismo (de estado, mercado ou pseudo-nacionalistas) são farinha do mesmo saco.
Mas o vídeo tem partes bem legauzinhas, né?

Caifora dessa!

Não te deixa enganar!



sexta-feira, 23 de maio de 2008

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Marcha da Juventude por Jesus

"Só Jesus Salva" é Marketing.

O dízimo é o que interessa.



"Jesus voltará" é propaganda enganosa.

Caso de Procon.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

ADEUS À ILHA DA FANTASIA


AJUDA A
PRESERVAR FLORIPA

FICA LONGE DA ILHA