domingo, 6 de julho de 2008

Prisão em Regime Aberto

A semana já começa embaçada. A dona Carmen, assistente social da minha ala de dormitório, implicou com uma declaração de comparecimento dada pela presidenta de uma associação de chilenos. Alegou que devia ser em papel timbrado, com carimbo. Alguém vai levar isso a um ato público?

Não ficou só nisso. A licença para chegar mais tarde hoje é a última. pelo demais, estou proibido de chegar depois das nove da noite e não mias às dez. Disse que é novo regulamento, que fez reunião onde 'todo mundo' foi informado. Só que ninguém sabe disso.

Tentei argumentar sobre meu direito a levar uma vida normal. A resposta foi cortante, fria, dura: "vai procurar outro albergue para morar".

Recapitulando: estou nesta situação pela impossibilidade de tirar documentos. O Estado, como única solução, me enfia num albergue público e suprime minha liberdade pessoal. Posso ficar nisso por anos a fio e, até agora, não achei entidade, organismo, instituição, repartição que possa, ou sequer se interesse, dar uma solução a meu caso.

Não só me impede o direito de ir e vir, mas também perco o direito a lazer e levar uma vida 'normal'. A principal alegação de d. Carmen foi que a reunião de hoje era política e isso ela não pode permitir. Chegar tarde só para quem trabalha.

O caso é que não posso trabalhar. Além da deficiência que me limita a serviços bem específicos, também não tenho documentos. Assim fica difícil. O Estado que, teoricamente, devia ajudar, me enfia numa prisão pestilente em regime semi-aberto, por tempo indeterminado. Deu 'pau mental', então engole uns comprimidos.

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